Dominando as Médias Móveis

As médias móveis são consideradas por muitos o "coringa" da análise técnica. Possuem diversas aplicações, desde delimitar os suportes e as resistências de um ativo até definir alvos ou mesmo pontos de entrada e saída de operações. As médias móveis podem indicar ainda qual a tendência das cotações. São de fácil compreensão e muito eficientes em determinadas situações. Se você ainda não conhece essa ferramenta, assista ao vídeo disponibilizado abaixo e compreenda melhor o que são, como são formadas nos gráficos e seu funcionamento:

$ TIPOS DE MÉDIAS MÓVEIS

Existem diversos tipos, formas e variações de médias móveis. Dentre essas, algumas menos utilizadas no mercado, como a ponderada e a Welles Wilder. Vamos nos ater às mais usuais, que são:

Média Móvel Aritmética (MMA) - Essa média também é conhecida por "média móvel simples" por razões óbvias. Conforme explicitado no vídeo, assim como em suas aulas de matemática nos tempos da escola, a fórmula é simples. A média é calculada pela soma dos valores de fechamento do período desejado, dividindo-se a resultante pelo número de períodos compreendidos. Esse tipo de média tem a vantagem de indicar movimentos de forma mais precisa, porém é uma média que trabalha de forma mais lenta. Ou seja, muitas vezes ela vai dar uma indicação tardia.

Média Móvel Exponencial (MME) - Essa média difere da aritmética por levar em consideração os movimentos anteriores dos preços. Seu cálculo é mais elaborado, vez que considera a variável do passado recente. Inversamente ao que ocorre com as médias aritméticas, essa é mais rápida tendo a delimitação mais sinuosa e próxima aos preços, contudo é um pouco menos precisa para todo o período estudado.

$ AMPLITUDE DAS MÉDIAS MOVEIS (PERÍODO COMPREENDIDO)

As médias, sejam de que tipo forem, podem contemplar as mais diversas variações de periodicidade. As mais utilizadas no curtíssimo prazo compreendem de 3 a 9 períodos. Um pouco mais amplas, mas ainda de curto prazo, são as de 20 a 55 períodos. Há quem utilize ainda médias de longo prazo, desde 90 até 255 períodos. Médias mais "longas" devem ser utilizadas à medida que se amplia o horizonte de investimento. Ou seja, o importante é compreender que quanto maior a amplitude, mais suave e lentos são os movimentos, assim como mais afastada do preço as médias trabalham, conforme a figura:

$ QUAIS MÉDIAS DEVO UTILIZAR?

Alguns analistas renomados, como o americano Martin Pring, defendem o uso das aritméticas. Já outros autores como Alexander Elder, o das médias exponenciais. Falando em periodicidades, o leque de escolhas é ainda mais denso. Ou seja, não há unanimidade (e nem deve haver mesmo) sobre qual tipo ou número de períodos deve ser utilizado. O ideal é que o investidor faça o próprio "ajuste fino" e descubra com quais médias trabalha melhor.
Mas, se você deseja um ponto de partida: eu trabalho, assim como boa parte dos traders, com as médias móveis exponenciais de 9 (nove), 21 (vinte e um) e 55 (cinquenta e cinco) períodos que são suficientes para ver movimentos terciários e secundários, indicando tendências, suportes e resistências. Outra boa combinação são as médias móveis aritméticas de 8 e 20 períodos. Bem, as possibilidades são ilimitadas.

Médias mais utilizadas: 3, 5, 8, 9, 14, 20, 21, 26, 40, 50, 55, 70, 90, 100, 126, 150, 200, 233, 252, 255

$ CRUZAMENTOS DE MÉDIAS (CROSSOVER)

Um bom modo de utilizar as médias móveis e fazendo uma combinação entre uma média mais curta e outra mais longa. Desse modo, muitos "sinais falsos" são evitados, já que o cruzamento dessas médias funciona como um aviso, sinalizando uma confirmação do movimento e indicando pontos de início e término de operações. Um cruzamento muito utilizado no mercado é o das médias de 9 e 40 períodos, mas outras configurações são válidas.
Operar cruzamentos é uma forma eficaz e descomplicada que investidores de longo e médio prazo utilizam para maximizar seus ganhos, evitando as grandes mudanças de tendência nos ativos e riscos sistêmicos.
Fazendo backtests em operações desse tipo nos gráficos passados de qualquer ação, você perceberá um ótimo desempenho. Para ilustrar, segue exemplo de operação de cruzamento de médias no gráfico semanal do IBOVESPA, revelando que a estratégia funcionou inclusive durante a crise de 2008 e posterior recuperação em 2009.

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$ IDENTIFICANDO TENDÊNCIAS
As médias móveis são, por definição, indicadores pertencentes à classe dos seguidores de tendência. Ou seja, elas só funcionam de forma eficiente quando o mercado está com uma tendência definida (seja de alta ou de queda). Contudo, existem formas de utilizar essas médias justamente para tentar identificar a tendência vigente.
Como dito, as médias são conhecidas por frequentemente sinalizar movimentos "falsos", causados por desvios padrões. Isto ocorre sobretudo em momentos de reversão de movimentos, e utilizar apenas uma "linha de aviso" (segunda média) para identificar essa mudança na tendência pode não ser suficiente. Neste caso, recomenda-se o uso de 3 médias móveis distintas.
Para estabelecer qual a tendência do ativo por esse método, basta verificar o alinhamento apresentado no gráfico: Se as médias estiverem plotadas em ordem crescente, olhando de cima para baixo no gráfico, podemos dizer que o papel está em tendência de alta. Inversamente, se as mesmas médias são visualizadas da maior para a menor, verificamos uma tendência de baixa. Os cruzamentos que ocorrem nas duas médias móveis mais curtas (de menor periodicidade) já antecipam a possível mudança de tendência. Vale ressaltar que a curvatura e respectiva inclinação das médias móveis também dão indicações da tendência: médias ascendentes e trabalhando abaixo dos preços revelam um mercado comprador, enquanto que as descendentes e dispostas acima dos preços indicam vendas.
A seguir, exemplificado no gráfico semanal de ALPA4, está demonstrado graficamente a utilização em conjunto das médias móveis exponenciais de 9 (nove), 21 (vinte e um) e 55 (cinquenta e cinco) períodos:

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Há ainda quem utilize uma única média móvel, adotando o conceito simples de que quando os preços estão acima das médias o mercado é altista. Estando abaixo, o oposto. Lembro de uma entrevista concedida ao Portal Infomoney por Leandro, da Leandro & Stormer, na qual ele afirmara que a melhor dica que gostaria de ter recebido quando iniciou sua carreira vitoriosa era: "não operar papéis que estão abaixo da média de nove períodos" (no semanal). Simples assim.


$ DEFININDO SUPORTES E RESISTÊNCIAS
As médias móveis podem ser usadas ainda para definir suportes e resistências igualmente móveis. Isso ocorre de modo análogo às linhas de tendência, com o diferencial de serem mais flexíveis: podem se curvar, enquanto que aquelas são retas.
Normalmente, os suportes e resistências gráficas são mais precisos que as médias, mas essas podem ser empregadas de modo acessório. Abaixo exemplo de MMe55 trabalhando como suporte em gráfico diário de AMAR3:

$ OS PREÇOS SEMPRE RETORNAM ÀS MÉDIAS
Essa é uma expressão muito corriqueira no mercado e que esconde uma outra estratégia para operar médias móveis. O fato de que os preços tendem a retornar às suas médias oportunizam operações quando estas estão muito afastadas das cotações, preferencialmente de forma abrupta. O princípio de retorno às médias é o mesmo utilizado em setups de Long & Short, que será objeto de um artigo futuro.
O grande risco desse tipo de operação é que, com certa frequência, são as médias que caminham em direção aos preços, o que fatalmente acarretará prejuízos. Por isso, esse tipo de operação tem de ser elaborada de forma muito criteriosa, ajustando o STOP a possíveis aproximações negativas da média em questão.

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