quinta-feira, 10 de março de 2011

Osciladores e Rastreadores de Tendência


Foi-se o tempo em que os gráficos eram “plotados” à mão: religiosamente, dia após dia, o Analista Técnico registrava em uma folha de papel os preços de abertura, máxima, mínima e fechamento para formar uma nova barra de preço. Neste contexto, o Trader debruçava-se sobre o gráfico de preços, onde eram traçadas linhas de tendência, suportes e resistências, buscando identificar figuras que representavam padrões de continuidade (retângulos, bandeiras, flâmulas e triângulos) ou de reversão (ombro-cabeça-ombro, o topo duplo e o fundo duplo).

Com o advento e popularização do computador, a Análise Técnica passou a contar com novos instrumentos auxiliares, baseados em combinações de preço e volume, denominados Indicadores. Assim, se antes era essencialmente grafista, com a incorporação dos Indicadores Técnicos, a Análise Técnica foi municiada com novas ferramentas para subsidiar os Investidores no processo de tomada de decisão, permitindo identificar mais facilmente tendências e pontos de reversão.



Quem se arrisca nos meandros do mundo dos investimentos, certamente já deve ter ouvido falar em Médias Móveis, IFR, Estocástico, MACD, OBV, Bandas de Bollinger, ADX, Agulhada do Didi, dentre outros, que, com o avanço tecnológico, foram incorporados ao arsenal do Analista Técnico para tentar ajudá-lo a antecipar o comportamento do preço das ações.

São tantos nomes e siglas que, não raro, chegam a causar confusões naqueles que estão debutando no mercado acionário e até mesmo naqueles que já possuem alguma experiência. Pois bem! Nestas lépidas e mal traçadas linhas, buscaremos adentrar no universo dos Indicadores, sem ter, todavia, a pretensão de esgotá-lo, pois, afinal, existe uma infinidade deles.

Neste momento, cabe aqui uma singela indagação: você, Guerreiro, companheiro de incessantes lutas neste arriscado campo de batalhas a que se convencionou chamar de Mercado Financeiro, sabe quando deve usar o MACD ou o Estocástico ou qualquer um dos indicadores mencionados acima?


Para melhor compreender os Indicadores e os utilizar eficientemente, faz-se necessário sistematizá-los quanto a sua natureza. Com efeito, existem indicadores que funcionam melhor em mercados com tendência definida e outros que são mais efetivos quando o mercado se movimenta dentro de uma faixa de congestão.

Por suas características, tais indicadores atendem pelo nome de Rastreadores de Tendência e de Osciladores. Os primeiros funcionam melhor em mercados com tendência definida, fornecendo, todavia, maus sinais quando o mercado anda de lado. São indicadores que seguem o movimento mercado (daí o nome Rastreadores ou Seguidores de Tendência), e, por isso, mostram-se "atrasados" nos seus sinais de entrada e saída; já os segundos mostram mais adequadamente os pontos de retorno em mercados sem tendência definida, ajudando a encontrar níveis de suporte e resistência, apresentando, porém, sinais muito incipientes e perigosos quando o mercado começa a engrenar uma tendência que, talvez, não se concretize.

Existem, ainda, os indicadores mistos, do qual é exemplo o NHNL (new high-new low índex). Tais indicadores buscam avaliar se o estado altista ou baixista do mercado está aumentando ou diminuindo.



Muitas vezes, Rastreadores de Tendência e Osciladores emitem sinais contraditórios entre si. Quando o mercado sobe, os Rastreadores de Tendência sinalizam compra, ao passo que os Osciladores, com o excesso de compras, assumem patamares de sobrecompra, emitindo sinal de venda; Com o mercado em queda, ocorre o inverso: os Rastreadores de Tendência emitem sinais de venda e os Osciladores, com o excesso de vendas, assumem níveis de sobrevenda e sinalizam compra.

Para contornar as contradições entre os indicadores, muitos Traders combinam, em janelas temporais distintas, diferentes grupos de indicadores de forma que suas características positivas se mantenham harmônicas e as negativas se cancelem mutuamente. Assim, por exemplo, pode-se, com um rastreador, identificar uma tendência de alta num gráfico semanal e utilizar um oscilador num gráfico diário para identificar pontos de sobrevenda que permitam entrar em determinado papel.

Concluímos esta parte introdutória, esclarecendo que os indicadores fornecem sinais por meio do cruzamentos de linhas, faixas de sobrecompra ou sobrevenda e através de divergências.

Passemos, agora, a analisar alguns indicadores, começando pelos Rastreadores de Tendência.

Rastreadores de Tendência

Médias Móveis

Como nada mais poderia ser melhor escrito por mim em relação ao tema, aproveito para remeter o Leitor ao excelente artigo "Dominando as Médias Móveis", de autoria de Milton Coelho.


Na próxima oportunidade, abordaremos o Moving Average Convergence-Divergence, também chamado de MACD.


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Dominando as Médias Móveis

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